Guilherme Arantes - 35 anos de Carreira
Em seu novo show, Guilherme Arantes traz de volta a sonoridade do pop-rock que ajudou a inventar.
Com uma “nova” banda, composta por músicos legendários , tais como Luiz Sergio Carlini (guitarra ) , Willy Verdaguer ( baixo ) , Alexandre Blanc ( guitarra ) e Gabriel “Frejat” Martini ( bateria), Guilherme faz uma visita panorâmica, generosa e ampla de sua carreira, com forte acento do rock setentista, antecessor do pop/rock dos anos 80.
Não apenas todos os grandes hits estão no show, mas também diversos resgates históricos que ajudaram a construir o seu acervo invejável...
No final da década de 70, ainda num Brasil sob o regime militar, a música brasileira vivia um período de virulentas transições. Guilherme, que vinha de experiências mais radicais como os LPs “A Cara e a Coragem” e “Coração Paulista”, estava então na linha de frente de sua geração. Gerando moda, Guilherme cravou hits inconfundíveis e eternos, na forma de uma sonoridade eletro-acústica, antecessora do longo reinado dos sintetizadores que viria a seguir ( pós-punk, new wave, drum-machines, seqüenciadores MIDI, programações em computador seriam a tônica dos 80 no pop mundial ).
Essa “sonoridade” jamais foi igualada, nem mesmo imitada à altura, permanecendo como um “acento” característico de GA, simplesmente porque emanava das mãos do músico, numa batida, numa levada única ao piano, um balanço rítmico rico em harmonias onde se entrelaçavam Ray Charles, Beatles, Milton e seu Som Imaginário, Elton John, Billy Joel, e tudo do Pop se misturava com os cromatismos bossa-novistas, fazendo de GA um hit-maker de muita personalidade, bastante destacado dos demais hit-makers que se estabeleceram no mercado da época...
Um exemplo dessa trajetória foi a sequência de composições interligadas entre si, tais como “Coração Paulista”, claríssima antecessora de “Perdidos na Selva” ( sucesso da Gang 90, parceria de Guilherme com Julio Barroso e marco deflagrador do pop rock no Brasil - influência evidente de Blitz e demais new-wave bands posteriores ) , mais tarde desaguando em “Lindo Balão Azul” ( sucesso do especial Pirlimpimpim – deflagrador do futuro mercado infanto-juvenil, com seu ”riff“ de piano claramente ”citado” na abertura do Show da Xuxa) . Aquele som, aquela batida, fez parte de toda uma geração. Dançante, porém pré-MIDI, pré eletrônicas mecanizadas, esse som jamais ficou ofuscado na história. Ainda presente nas rádios, especialmente no segmento adulto-contemporâneo, o repertório de Guilherme é um fenômeno de sobrevivência num mercado volátil, em que camadas sucessivas de modas e “cenas” não conseguiram soterrar no esquecimento, ainda mais com a violenta transformação dos suportes de mercado ( do vinil para o CD, do CD para o DVD, o advento dos vídeo-clipes, do DVD para o MP3,daí para a Rede , etc.. E ainda consegue fazer parte de várias gerações anteriores e safras subseqüentes, sendo gravado e regravado por nomes que vão de Roberto Carlos a Pedro Mariano, de Caetano Velloso a Nando Reis, de Zezé di Camargo a Cesar Menotti & Paulinho, de Flavio Venturini a Gabriel O Pensador, de Chitãozinho & Xororó a Sandy & Junior, etc.. Um fato significativo é Guilherme ser um dos compositores preferidos ( senão mesmo “o preferido” ) de tradicionais e novas cantoras do Brasil (Elis Regina, Maria Bethânia, Leila Pinheiro, Joanna, Fafá de Belém, Adriana Calcanhotto, Zelia Duncan, Simone, Vanessa da Matta, Martinália, Céu, Bruna Caram, Patricia Marx, Marienne de Castro e muitas outras ).
Para completar o marco de 35 anos em plena vitalidade, Guilherme é homenageado com o lançamento do coletivo “A Cara e o Coração”, de bandas da nova cena do rock alternativo de Salvador, interpretando as musicas dos ( tidos como “Cult”, junto com o Moto Perpétuo ) LPs A Cara e a Coragem e Coração Paulista. É esperar para conferir !
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